A Santa Sé doou, no último dia 10, ao Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, a simbólica quantia de 20 mil dólares “como um gesto de contínua solidariedade àqueles afetados pela recente epidemia” de ebola na África. A quantia soma-se aos 500 mil euros doados pelo Papa Francisco no mês de março, por meio do Pontifício Conselho de Justiça e Paz.
A nova doação é “uma expressão do apreço da Santa Sé pelos notáveis esforços de toda a Comunidade internacional para impedir o avanço do ebola e de apoio concreto às estratégicas nacionais e locais de combate ao vírus”, afirmou um representante da delegação da Santa Sé junto à ONU, em nome de Dom Bernardito Auza, Observador permanente, durante uma Conferência internacional na ONU sobre a recuperação dos Países afetados pela última epidemia.
Medidas mais severas
A Santa Sé relembrou que a Conferência – cuja consultoria técnica estabeleceu o objetivo de erradicar novas infecções – assistiu a um desafiante episodio recentemente: somente 45 dias depois da Libéria ter sido declarada zona livre do ebola, o País do oeste africano voltou a registrar uma morte causada pelo vírus.
Neste sentido, a Santa Sé expressou o desejo que a Conferência possa resultar em “compromissos de ações orientadas para superar os riscos de tolerância e atingir progressos tangíveis no reforçar e preparar os sistemas de saúda para evitar novos surtos”.
Igreja
A delegação da Santa Sé recordou ainda que as comunidades católicas dos Países afetados “estiveram na linha de frente na luta contra a epidemia e no apoio às famílias das vítimas”. (RB).
Ebola
O ebola é um vírus particularmente fatal para humanos e outros primatas. Ele foi identificado pela primeira vez em 1976, em uma vila chamada Ebola, na República Democrática do Congo. Desde então, já foram 14 surtos da doença na África. Os cientistas identificaram cinco tipos diferentes do ebola, sendo que três são os mais perigosos: bundibugyo, sudão e zaire. A epidemia atual é do ebola-zaire.
Os primeiros sintomas surgem entre dois dias e até três semanas após a infecção, e no começo se parecem como os de uma simples gripe, como febre e dores de cabeça. A doença evolui para hemorragias externas e deficiência de rim e fígado. Nos casos mais graves, o paciente sofre sangramentos pelo nariz, olhos e boca. Dependendo do caso e do tipo de vírus, ele mata até 90% das vítimas. Na epidemia atual, a taxa de mortalidade está acima de 60%.