Igreja News - Editorial

"Ele está no meio de nós"

Pe. João Batista de Almeida, C. Ss. R.

Ele está no meio de nós! Quantas vezes você já repetiu essa exclamação? Com certeza ninguém, por mais organizado que seja em sua memória, é capaz de responder com precisão. Certamente também poucos de nós presta atenção no que estamos afirmando, por isso, estamos buscando aprofundar os fundamentos desta afirmativa.

E a razão é porque no dia 4 de junho celebramos o Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), a maneira mais completa e concreta que Jesus encontrou de permanecer conosco.

Há pelo menos três passagens no Evangelho de São João que narram o encontro de Jesus ressuscitado com os discípulos e nos ajudam a fundamentar essa verdade de fé. A primeira conta que Maria Madalena, após se encontrar com o ressuscitado, procura os discípulos e diz: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20,18). Na segunda, lemos que, após a morte de Jesus, alguns dos discípulos voltaram à rotina pesqueira e certo dia o mestre aparece ressuscitado, pergunta se eles têm algo para comer, recebe uma negativa e ordena “lançai a rede à direita da barca e achareis”; a pesca foi abundante e o discípulo amado diz a Pedro: “É o Senhor!” (Jo 21,7). Por último, aparece Tomé, que, depois de ver as marcas dos pregos nas mãos de Jesus e ser desafiado a colocar seu dedo no lado do ressuscitado, responde: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,28).

Contudo, valho-me de outro texto bíblico para refletir sobre a presença de Jesus em nosso meio. São Lucas conta que, no dia da ressurreição, dois discípulos iam para um povoado chamado Emaús (Lc 24, 13-35). A história começa com o afastamento de Jerusalém por causa da cegueira deles em não reconhecer o Homem de Nazaré ressuscitado, e encerra com o retorno esperançoso à cidade santa depois que seus olhos foram abertos quando Jesus lhes partiu o pão. No centro da narração bíblica está o diálogo entre o ressuscitado e os peregrinos desiludidos com os últimos acontecimentos em Jerusalém. Eles contam as suas experiências e expectativas em torno do mestre e ouvem dele a interpretação dos fatos ocorridos a partir das Escrituras Sagradas, por fim, os dois convidam o desconhecido para ficar com eles e o reconhecem no partir do pão.

O caminho de Emaús mostra as etapas que cada fiel deve percorrer para se encontrar com o Senhor. O ressuscitado acompanha nossa vida, mesmo quando o desânimo ou o sofrimento nos fazem olhar para nós mesmos e nos impedem de confiar em Deus e o reconhecer presente em nosso meio. O primeiro passo que ele nos pede é de reparar nossas experiências passadas; o seguinte é a escuta da Palavra, que ressoa na comunidade cristã, pois ela nos permite iluminar nossa vida e relê-la conforme a vontade divina.

 

 

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