Pedro Gomes
Maceió/Redação
Aceitar o chamado de Deus ao sacerdócio não é uma tarefa simples, pois implica renúncia, deixar pai e mãe, amigos, tudo isso em troca do Reino de Deus.
A vida em um seminário requer disciplina, e principalmente uma vida mais em silêncio. Só assim, é possível ouvir a voz do Sacerdote Supremo, Jesus Cristo.
Leia:
1. Os seminaristas têm motivações em comum, quais são?
“Essa pergunta é fácil de responder, a motivação que temos em comum, para seminaristas que querem ser sacerdotes seculares é, antes de tudo, o amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, para ser um bom padre devemos ser como o próprio Cristo, pois é a Ele que emprestaremos nossos rostos, para o serviço á comunidade.”
2. Um pouco do cotidiano!
“Bem, a vida no Seminário não é tão parada como muitos pensam, nós trabalhamos muito! Todos os dias, acordamos às 05h30minh (às vezes um pouco mais cedo), fazemos a higiene pessoal e vamos direto à Capela para a Santa Missa, depois tomamos café e iniciamos a jornada de estudos, toda a manhã de aula. Às 12h15minh o sinal toca e todos nós nos recolhemos em oração na Capela para a Hora Média (Oração do meio dia), almoçamos e descansamos uma hora. Voltamos ao batente, limpeza, Educação física ou banca de estudos. Terminado o dia com a Oração das Vésperas, nas quartas acompanhadas do Santo Terço e nas quintas Adoração ao Santíssimo. Todas as sextas temos a leitura orante da palavra a tarde, e na parte da noite fazemos algo cultural! Como ver filmes, mas somente na noite das sextas, pois na semana temos banca de estudos até as 21h30minh, quando se encerra nosso dia com a Oração das Santas Completas. No fim de semana todos vamos a pastoral, fora do Seminário.”
3. Como é a formação?
“Nós temos cinco padres que nos acompanham vocacionalmente. O reitor da casa, que dá a última palavra em tudo, o Vice-reitor, é como os olhos do reitor na casa, ele se volta mais para a disciplina e a observância da conduta dos seminaristas, os diretores espirituais, que cuidam de nossa vida espiritual, logicamente, e por fim o prefeito de estudos que nos guia nas matérias do curso de Filosofia e Teologia.
O período de formação no seminário é de oito anos. Depois de dois anos de discernimento vocacional, o jovem que demonstrar aptidão para o sacerdócio é enviado para o propedêutico, na Diocese de Palmeira dos Índios, onde passa um ano no seminário São João Maria Vianney, depois desse ano de “Introdução ao seminário”, é enviado ao seminário maior de Maceió para estudar filosofia, por três anos, e Teologia por mais quatro anos. Terminada a fase acadêmica, no último ano, o seminarista recebe os ministérios de leitor e acólito, sendo enviado para o estágio pastoral em uma paróquia, onde irá morar. Daí, para a ordenação nós brincamos que fica ‘a gosto’, a gosto de Deus.”
4. Um motivo que você daria para um jovem ser seminarista?
“Ser seminarista é fantástico, acredite! Além da grande oportunidade de crescer na Fé, seus horizontes intelectuais e sociais se abrem, mas você nunca será totalmente feliz no seminário, pois sua vocação não é ser seminarista, mas padre. Se você não sair do seminário padre, sairá um homem de bem (se escolher assim é claro). Então, se você acha que deve tentar e se sente chamado a estar mais perto de Deus se entregando totalmente, venha!”
5. Considerações finais.
“Não pense que é fácil ser seminarista, nós abdicamos de tudo lá fora para estar aqui, mas você não faz ideia de como é bom saber que muitas vidas serão salvas através de nossas renuncias. Se Deus quiser, seremos padres segundo o coração de Jesus.”
Entrevistado: Lucas Gabriel Seminarista da Diocese de Maceió, Alagoas.
* Seminário onde o Lucas mora.
Seminário maior nossa senhora da assunção.